Belém vive um momento de transformação urbana e ambiental com a entrega da requalificação do Canal da Gentil Bittencourt, uma das obras mais simbólicas da preparação da cidade para sediar a COP30. O espaço, que durante décadas conviveu com abandono, esgoto a céu aberto e degradação ambiental, renasce como um corredor verde multifuncional que alia infraestrutura urbana, recuperação ecológica e uso público qualificado.
Localizado no coração da capital paraense, o canal recebeu intervenções que mudaram radicalmente seu aspecto e sua função na cidade. O projeto incluiu a recuperação das margens, despoluição das águas, instalação de calçadas acessíveis, ciclovias, iluminação moderna em LED e paisagismo com espécies nativas. Além disso, foram construídos espaços de convivência, como bancos, jardins e áreas sombreadas, devolvendo ao canal a condição de lugar de encontro e permanência.
A obra integra um conjunto de ações articuladas pelo governo estadual que visam preparar Belém não apenas para o evento climático de escala global, mas também para um novo modelo de urbanismo amazônico. A revitalização do Canal da Gentil representa um esforço de reconciliação entre a cidade e seus corpos hídricos, promovendo a convivência harmônica entre a urbanização e os ecossistemas naturais.
Além da dimensão estética e funcional, o projeto tem impactos profundos na qualidade de vida da população. A despoluição do canal melhora a saúde pública ao reduzir a proliferação de doenças ligadas à água contaminada. A criação de áreas verdes contribui para a regulação microclimática e o conforto térmico em uma cidade historicamente marcada por altas temperaturas. A mobilidade ativa ganha impulso com a integração de ciclovias e calçadas largas, incentivando modos de transporte mais sustentáveis.
A requalificação também gerou empregos durante sua execução e fortaleceu a autoestima dos moradores da região. Comerciantes locais relatam aumento na circulação de pessoas e valorização dos imóveis, enquanto frequentadores do novo espaço destacam o sentimento de segurança, pertencimento e orgulho. Para muitos, a obra representa mais do que uma intervenção urbana — é a retomada de um espaço público que havia sido esquecido.
O apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi decisivo para viabilizar a execução do projeto, que agora se torna um modelo replicável em outras áreas da cidade. A revitalização do Canal da Gentil demonstra que é possível aliar desenvolvimento urbano, responsabilidade ambiental e inclusão social em uma mesma iniciativa.
Às vésperas de sediar a COP30, Belém envia um recado ao mundo: é possível construir cidades amazônicas mais humanas, resilientes e conectadas com sua identidade hídrica e ambiental. A nova paisagem do Canal da Gentil não é apenas um embelezamento urbano, mas uma declaração de princípios de uma cidade que quer liderar pelo exemplo no combate às mudanças climáticas e na valorização do espaço público.