Pará em Pé: Estado alcança menor índice de desmatamento em uma década

O Pará vive um momento emblemático em sua trajetória de conservação ambiental: registrou o menor índice de desmatamento dos últimos dez anos, consolidando uma mudança robusta na forma como os territórios amazônicos vêm sendo administrados. A área sob alerta caiu para 1.325 km², número significativamente inferior ao registrado em ciclos anteriores e que representa uma queda de 21% em relação ao período anterior.

O avanço se torna ainda mais expressivo quando comparado a anos críticos: em 2020, os alertas somaram 3.918 km². Isso significa uma redução de 66% em apenas quatro anos, reforçando a ideia de que a combinação entre fiscalização, tecnologia e políticas de preservação começa a produzir resultados palpáveis.

No recorte mensal, o desempenho também chama atenção. Julho apresentou apenas 182 km² de áreas sob alerta, o menor índice desde 2019. Junho já havia sido um mês histórico, com 111 km² — 41% a menos do que no mesmo período do ano anterior. Em fevereiro, a redução foi ainda mais drástica: apenas 15 km² sob alerta, queda de 72% em relação ao mesmo mês no ciclo anterior. Esses números demonstram consistência e não apenas uma melhora pontual.

No conjunto da Amazônia Legal, o Pará se destaca como o estado que mais contribuiu para a redução do desmatamento, puxando para baixo o acumulado geral da região. A performance positiva não é apenas estatística: sinaliza uma virada de chave na relação entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental.

Parte desse resultado se deve ao fortalecimento de sistemas de monitoramento em tempo real, que permitem ação imediata contra irregularidades. Além disso, houve ampliação de operações de fiscalização e incentivo a práticas de bioeconomia, que valorizam atividades produtivas sustentáveis e oferecem alternativas de renda à população local.

A redução do desmatamento no Pará também carrega uma dimensão política e simbólica. O estado, que já figurou como um dos maiores vilões ambientais do país, passa a ocupar espaço de protagonismo positivo. Em um cenário global em que a Amazônia é peça-chave nas discussões sobre mudanças climáticas, o desempenho atual prepara o Pará para chegar à COP30, que será realizada em Belém, com resultados concretos em mãos.

Mais do que cumprir metas, os números refletem um reposicionamento histórico. O Pará demonstra que é possível alinhar fiscalização rigorosa, tecnologia e políticas públicas integradas sem sacrificar o desenvolvimento. O desafio agora é manter a consistência desses índices nos próximos anos e garantir que a preservação ambiental se converta também em benefícios sociais e econômicos para as populações locais.

Em síntese, o estado dá um passo importante para transformar sua imagem e reafirmar a Amazônia como ativo estratégico não apenas do Brasil, mas do planeta. O resultado recente é um recado claro: com vontade política, inovação e compromisso, é possível conciliar produção, floresta em pé e futuro sustentável.

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