O mundo do samba foi surpreendido por uma reviravolta nos bastidores de uma das mais tradicionais escolas de São Paulo: a Vai-Vai. Luciana Gimenez, que ocupava o posto de madrinha de bateria, não continuará à frente dos ritmistas no próximo Carnaval. A saída da apresentadora gerou burburinhos nos meios do samba e da mídia, levantando questões sobre os critérios da troca e os novos rumos da agremiação.
Com presença marcante nos desfiles e dona de um carisma reconhecido, Luciana teve sua estreia como madrinha de bateria celebrada, mas sua permanência sempre foi cercada de expectativas e exigências típicas do universo carnavalesco. O cargo de madrinha, além de simbólico, é estratégico: envolve visibilidade, relacionamento com a comunidade e presença constante nos ensaios e eventos.
Internamente, comenta-se que a decisão da diretoria da escola foi motivada por uma série de fatores, entre eles a ausência de Gimenez em compromissos importantes com a escola e a falta de engajamento nas atividades culturais e sociais da Vai-Vai. O samba exige mais do que brilho na avenida; exige entrega nos bastidores, nos barracões e no coração da comunidade.
A troca da madrinha de bateria é sempre uma decisão delicada. A função vai além do glamour: trata-se de uma figura que representa a força feminina no comando da bateria, coração rítmico da escola. Nos últimos anos, com a crescente valorização da representatividade e da conexão com as raízes da agremiação, as escolas têm optado por nomes que estejam mais alinhados com suas comunidades.
Apesar da saída, Luciana não se pronunciou oficialmente com críticas ou mágoas. Fontes próximas afirmam que a apresentadora compreendeu os motivos da escola e que pretende continuar prestigiando o Carnaval de outras formas. Sua postura elegante contribuiu para que a transição ocorresse de forma respeitosa e sem maiores atritos públicos.
Com a saída de Luciana, o posto de madrinha de bateria será ocupado por uma nova musa, ainda não revelada oficialmente pela escola. Nos bastidores, fala-se em uma figura com forte ligação com o samba paulistano, frequentadora antiga dos ensaios e querida por segmentos da escola. A aposta é em uma mulher com presença, ginga e história com a comunidade do Bixiga, berço da Vai-Vai.
A movimentação mostra como o Carnaval está em constante renovação e como os laços entre celebridades e escolas de samba precisam ir além da exposição midiática. O comprometimento, a empatia com a comunidade e o amor genuíno pelo samba pesam cada vez mais nas decisões estratégicas das agremiações.
Enquanto a Vai-Vai se prepara para mais um desfile histórico, a saída de Luciana Gimenez entra para os anais como mais um capítulo das intensas relações entre o mundo do samba e o universo dos famosos. Afinal, no Carnaval, cada batida do tambor também ecoa escolhas, rupturas e renascimentos.