No universo da música, alguns encontros ressoam muito além da melodia. Foi assim quando Joelma, ícone da cultura paraense, recebeu Christian Chávez, ex-RBD, para ensiná-lo a entoar seu emblemático “Voando pro Pará”, preparando o terreno para uma apresentação conjunta que celebrou a identidade do Norte com criatividade e afeto.
A conexão entre os dois artistas floresceu em um momento simples e simbólico: no camarim, Joelma ofereceu um tacacá a Christian — um gesto que uniu sabores e afetos. Para o cantor mexicano, acostumado a palcos globalizados, foi um convite a mergulhar em referências genuínas do Pará. Para Joelma, significou compartilhar simbolicamente sua cultura, transformando o brinde em ponte afetiva entre cantores, gêneros e públicos.
Na preparação do duet, cada detalhe importou. Foi mais que ensinar letras e tonalidades: foi compartilhar memória. Joelma guiou Christian pelo ritmo entrelaçado de tecnomelody e calypso, explicando as nuances da pronúncia, dos refrãos e do sentimento da letra. Ele, por sua vez, absorveu a canção com respeito, devolvendo energia e autenticidade à interpretação.
Esse encontro e o episódio ficando gravado com emotividade representaram um momento raro: a cultura paraense transcendendo o regionalismo e ganhando espaço no imaginário de diferentes públicos. Quando Christian entoou um trecho em seu show, “Voando pro Pará” deixou de ser apenas um hit e virou símbolo de uma identidade que habita o coração do Brasil profundo — e agora, de plateias internacionais.
A presença de Christian com a bandeira do Pará estampando seu figurino tornou-se imagem carregada de significado: não se trata apenas de exaltar o estado de origem de Joelma, mas reconhecer sua potência no diálogo cultural. É reverberar que o Brasil cultural é diverso, multifacetado e orgulhosamente plural.
A repercussão entre os fãs foi calorosa. Muitos se sentiram representados, outros curiosos — uma onda de interesse que ultrapassou o palco e viralizou em redes. A música virou viral, o tacacá virou meme, e o Pará virou pauta, celebrando da gastronomia aos pontos turísticos manifestados na letra.
O episódio demonstrou, mais uma vez, o poder simbólico da música: unir, aproximar e ampliar percepções. Joelma, com sua trajetória marcada por superar preconceitos regionais, cortou mais um elo nas barreiras culturais. Christian, com simpatia e entrega, fez mais do que interpretar — celebrou, com canção e sabor, um Brasil que pulsa de norte a sul.
Por fim, o encontro deixou claro que, no diálogo entre vozes, o que voa alto não é apenas nota musical — é cultura, memória e o ritmo de um povo inteiro. E, no caso deste encontro, com tacacá à mão, era impossível não voar pro Pará.