Pará Emplaca Superávit com os EUA e Sinaliza Estratégias de Proteção Sustentável

No cenário comercial entre o Brasil e os Estados Unidos, o Pará desponta como protagonista com uma balança exportadora positiva. Na região, as vendas ao mercado americano superam as importações, com um saldo estimado em US$ 103 milhões, reforçando o potencial competitivo da indústria local.

A base produtiva do Pará é diversificada e robusta, com destaque para produtos como alumina calcinada, ferro fundido, sucos, castanhas e madeira tropical, entre outros. Essa variedade tem garantido vantagem comercial, mesmo diante do cenário de tarifação americana sobre exportações brasileiras.

Frente às pressões externas, diferentes entidades do setor industrial paraense — como federação, sindicatos e associações agropecuárias — têm articulado respostas técnicas e diplomáticas. Estão em curso estudos para avaliar os efeitos das tarifas adicionais e promover diálogo com autoridades norte-americanas. O objetivo central é encontrar vias que assegurem a competitividade dos produtos regionais.

A resposta coordenada inclui, ainda, ações preventivas articuladas com governos estadual e federal. Uma das prioridades é a proteção das cadeias produtivas mais sensíveis às mudanças no comércio exterior, visando sustentar empregos e consolidar a presença da Amazônia nesse importante fluxo internacional.

No entanto, superar os desafios logísticos é essencial para avançar na expansão do mercado. A região enfrenta obstáculos estruturais significativos, como a sobrecarga dos corredores de exportação, a falta de integração multimodal e os entraves burocráticos que dificultam a previsibilidade para o produtor e o investidor.

Como resposta, o setor defende maior articulação diplomática paralela à atuação na Organização Mundial do Comércio (OMC), com foco em negociações mais ágeis e técnicas diretamente com os Estados Unidos.

Para o Pará, que contabiliza 31,76% de sua economia vinculada ao setor industrial e aponta o agronegócio como 12% de seu PIB, os EUA representam um mercado estratégico. Produtos como sucos, frutas e itens florestais são fortemente demandados, motivo pelo qual a manutenção dessas rotas comerciais se aproxima de uma questão de soberania econômica local.

Em suma, o estado que exporta mais do que importa dos EUA também ensaia uma postura assertiva na defesa de suas cadeias produtivas. Ao reafirmar sua força econômica e adotar respostas coletivas desde a diplomacia até a logística, o Pará surge como exemplo de resiliência e visão estratégica num momento crítico das relações comerciais bilaterais.

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