Santarém (PA): a jóia amazônica que brilha entre rios, cultura e ecoturismo

No coração da Amazônia paraense, Santarém se revela como um destino multifacetado: santuário natural, polo histórico e cultural e símbolo da convivência entre a vida urbana e a força viva dos rios Amazonas e Tapajós. Essa cidade, conhecida como Pérola do Tapajós, tem conquistado cada vez mais relevância no turismo nacional e internacional — e não é por acaso.

Geograficamente estratégica, Santarém está situada na confluência do Amazonas com o Tapajós, um fenômeno natural impressionante: águas barrentas e claras correm lado a lado sem se misturar. Esse espetáculo reforça a grandiosidade da paisagem amazônica e atrai visitantes ávidos por contemplação, fotografia e conexão com a natureza. O município é ainda ponto de partida para unidades de conservação e comunidades ribeirinhas, proporcionando experiências de ecoturismo autênticas, com trilhas, alojamentos comunitários e trocas culturais.

Entre os atrativos mais celebrados, destaca-se Alter do Chão, vila balneária a poucos quilômetros do centro urbano. Suas praias de água doce, de areias brancas e tom turquesa, já foram comparadas ao Caribe. No período de seca, as margens do rio se expandem, revelando paisagens de tirar o fôlego. É ali também que acontece o festival tradicional do Çairé, influenciado por culturas indígenas, portuguesas e africanas, animando moradores e turistas com música, dança e ritual de botos.

Santarém também carrega uma herança histórica e arqueológica significativas. Edificações antigas, tesouros da cerâmica tapajoara e sítios arqueológicos pintam um quadro de civilização ancestral. No centro urbano, casarões coloniais convivem com museus que preservam artefatos da cultura indígena e do período colonial, lembrando que a cidade é muito mais antiga do que aparenta.

A diversidade cultural de Santarém está viva em sua população. Comunidades tradicionais, como ribeirinhos e povos indígenas, mantêm suas práticas artesanais — desde cerâmicas até trançados —, e seus saberes se traduzem em produtos que enriquecem a economia local e oferecem identidade autêntica ao destino. O artesanato local é promovido por iniciativas que valorizam a produção comunitária, e as festas populares reforçam essa vitalidade cultural.

O turismo em Santarém está em expansão sustentada. A cidade vem investindo em infraestrutura turística, capacitação de guias e fortalecimento do turismo de base comunitária. Eventos internacionais têm escolhido Santarém como palco, reforçando seu papel como ponto de encontro entre visitantes e natureza amazônica. O réveillon local, por exemplo, tem se transformado em pólo econômico importante, gerando renda para famílias ribeirinhas, ambulantes e empreendedores.

Mais do que um destino de passagem ou “stopover” de cruzeiros por rios amazônicos, Santarém se consolidou como centro de turismo sustentável, onde a experiência vai além da paisagem: envolve conhecimento, participação e cuidado com o patrimônio natural e humano. O Município investe em capacitação para turismo sustentável, fortalecendo o protagonismo das comunidades em trilhas, observação de aves, culinária ribeirinha e hospitalidade.

A ambição de Santarém é clara: transformar a beleza amazônica — seus rios, praias, cultura e gente — em oportunidades de desenvolvimento que beneficiem os habitantes e encantem quem chega. Se o turismo aqui floresce, é porque a cidade aposta numa relação madura com seus visitantes: não apenas para mostrar seus encantos, mas para dividir o cuidado com a floresta, sustentar seu legado cultural e gerar progresso com respeito. Santarém, assim, não é apenas destino — é convite para viver a Amazônia de dentro para fora.

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